A Guardiã está de volta!
A Guardiã, o Livro de Jade do Céu é finalmente reeditado durante o mês de Novembro pela Editora Mahatma!
Para os leitores que ficaram com muita vontade de adquirir o livro mas já não foram a tempo de o fazer, aqui está mais uma vez a fantástica história da Luana na rota comercial.
O livro que só no inicio do próximo ano (2017) irá para as livrarias, poderá ser adquirido no site da editora e entre outros pontos de venda online, também aqui na Bee Dynamic Books!
Para já, aguardamos ansiosamente a pré-venda que vai ter inicio já no próximo dia 1 de Novembro com um valor abaixo do preço das livrarias e com oferta dos portes de envio.
A autora que na primeira edição da obra assinou com Ana Cristina Pinto, resgata para as lides literárias a origem de um dos seus apelidos: Kandsmar.
Escusado será dizer que estamos todos muito felizes com o regresso da Guardiã!
Deixamos aqui, algumas das palavras da autora, na sua página do facebook:
"Para a reedição do Livro de Jade do Céu, decidi honrar o homem que me deu um apelido que nunca uso, "Gaspar", e remetê-lo à sua origem iraniana, "Kandsmar". Assim, a história da Guardiã voltará a ser comercializada a partir de Novembro com a assinatura Ana Kandsmar."
E para os mais curiosos aqui fica um excerto!
"À minha frente estão duas gavetas onde só guardo tesouros. Coisas de muito valor. Uma tem pacotinhos de supari, masala tea bags, caixas de incenso, sabonetes de açafrão e sândalo, um sari lindo, rendado, fiadas de flores de jasmim já secas e esboroadas e ainda um cd de Ravi Shankar. Um cd que quando toca, solta um som tão mágico e envolvente como só uma cítara pode ter. Um dia, eu hei-de morrer e a Índia, continuará a ser a Índia. Com ou sem dejetos e cadáveres que boiam indiferentes ao choque dos turistas, o Ganges e o Yamuna, continuarão a ser os rios onde já molhei os meus pés.
Na outra gaveta tenho postais ilustrados, fotografias que eternizaram momentos irrepetíveis, e alguns textos que fui escrevendo, inspirada pelas paisagens e pessoas que emprestam a alma àqueles lugares. Ainda hoje guardo tudo com a convicção de que se a minha casa sofresse um incêndio, seriam estes pequenos (grandes) tesouros que eu tentaria salvar a todo o custo. Quando tenho saudades da Índia, enfio o nariz na gaveta e deixo-me inundar pelos cheiros dos mercados enquanto a cítara de Ravi Shankar enche a casa. Quando é a nostalgia de lugares tão belos e indiscritíveis, preciso de olhar as fotografias. Afronto-as para me relembrar dos pormenores. Vejo os minaretes em Istambul e ouço-os verter para fora as vozes afinadas dos muezins. Vejo a Via Dolorosa impregnada de peregrinos que se misturam com muçulmanos e judeus, aytolas e rabinos, crentes e ateus. É assim Jerusalém. Um enorme templo de onde os vendilhões nunca saíram. Vejo um aborígene de pele escamada pelo sol, que sopra um didgeridoo ecoando o som harmonioso pelo deserto australiano com as Olgas como pano de fundo. O cenário mágico das ilhas de Pazcuaro, as pirâmides de Tikal, as ruelas estreitas de Varanasi pontilhadas de santuários… E preciso das palavras. Quando lhes sinto a falta, leio nas frases que brotaram cruas dos meus silêncios, o maior amor do mundo, cristalizado, perene, imortal."
Ana kandsmar in A Guardiã- O Livro de Jade do Céu
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